Desatenção, impulsividade e hiperatividade são características comumente observadas em crianças e adolescentes, muitas vezes interpretadas como falta de disciplina ou simples travessura. No entanto, quando esses comportamentos persistem e interferem significativamente nas atividades diárias, podem ser indicativos do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), uma condição médica séria que requer atenção e cuidado adequados.
Que tal procurarmos esclarecer esses aspectos importantes? Tenha uma excelente leitura!
Qual é a causa do TDAH?
O TDAH é uma condição complexa com causas multifatoriais. A genética desempenha um papel importante, mas também existem fatores ambientais envolvidos. Algumas regiões cerebrais afetadas incluem o corpo caloso, o cerebelo, o estriado e regiões frontais.
Acredita-se que haja desregulação dopaminérgica, embora a interação entre diferentes neurotransmissores, como serotonina e noradrenalina, possa contribuir para a manifestação do transtorno.
Apresentação Clínica
Os sintomas do TDAH são diversos e se manifestam em três categorias principais:
- Desatenção: Inclui dificuldades em prestar atenção, organizar tarefas, seguir instruções e evitar distrações. A desatenção pode levar a erros nas atividades escolares e profissionais e pode ser exasperante para professores e pais.
- Hiperatividade: Envolve movimentos constantes, fala excessiva e impulsividade física. A criança pode parecer estar sempre “a mil” e achar difícil relaxar.
- Impulsividade: Este sintoma pode levar a interrupções, respostas apressadas e dificuldade em esperar. A impulsividade pode causar problemas em situações sociais e escolares.
A idade, o sexo e o ambiente podem influenciar a apresentação desses sintomas, tornando o diagnóstico um processo desafiador.
Fatores de Risco e Comorbidades
O TDAH pode estar ligado a vários fatores de risco, incluindo:
- genética;
- exposição a toxinas durante a gravidez;
- prematuridade.
Comorbidades como transtornos de ansiedade, depressão, transtorno de aprendizagem e tiques podem complicar ainda mais o diagnóstico e o tratamento.
Diagnóstico
O diagnóstico de TDAH requer uma avaliação clínica detalhada, observação, entrevistas e, em alguns casos, testes neuropsicológicos. Profissionais especializados podem utilizar a Escala SNAP e se referir aos códigos da CID-11 para uma categorização precisa:
- 6A05.0 – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade predominante desatento: Esta apresentação se caracteriza principalmente pela desatenção, com menos sinais de hiperatividade ou impulsividade.
- 6A05.1 – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade predominantemente hiperativo-impulsivo: Esta forma destaca os sintomas de hiperatividade e impulsividade, com menos desatenção.
- 6A05.2 – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, apresentação combinada: Esta apresentação inclui uma combinação significativa de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade.
- 6A05.Y – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, outra forma de apresentação: Este código é usado para outras formas específicas que não se encaixam nas categorias acima.
- 6A05.Z – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, apresentação não especificada: Este código é utilizado quando a apresentação não se encaixa claramente em uma das categorias específicas.
O uso desses códigos facilita uma comunicação clara e padronizada entre profissionais da saúde, permitindo um diagnóstico e tratamento mais precisos. A colaboração entre médicos, psicólogos, professores e familiares é essencial para identificar e gerenciar o TDAH de maneira eficaz.
Tratamento
O tratamento do TDAH é multifacetado e exige uma abordagem personalizada. Pode incluir:
- medicamentos;
- terapia comportamental;
- intervenções educacionais;
- apoio contínuo aos pais e professores.
Uma abordagem integrada e coordenada geralmente oferece os melhores resultados.
Conclusão
O TDAH não é apenas distração ou indisciplina. É uma condição médica complexa e multifacetada que exige compreensão, diagnóstico cuidadoso e tratamento adequado.
Ignorar ou minimizar o TDAH pode ter consequências duradouras no desenvolvimento e qualidade de vida de um indivíduo. É essencial que pais, educadores e profissionais da saúde reconheçam os sintomas e busquem assistência profissional quando necessário.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando sintomas que possam ser atribuídos ao TDAH, não hesite em procurar a orientação de um profissional médico especializado. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem fazer uma diferença significativa na vida de uma pessoa com TDAH.
Referência:
- Organização Mundial da Saúde (OMS). Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). 11ª edição. Genebra: OMS; 2018.